quinta-feira, 28 de março de 2013

Veneza, a sereníssima


Pegar um trem de Pádova a Veneza foi como pegar um ônibus do meu bairro ao centro da cidade: tem praticamente toda hora, e você compra a passagem na estação. Pudera, afinal, estamos falando de Veneza, uma das cidades mais visitadas do mundo!






Antes de ir até lá, é preciso ter em mente que Veneza se divide em duas partes: Veneza Mestre e Veneza Santa Lucia. A primeira é a que fica no continente, onde você vai encontrar hospedagem mais em conta, porém ficará distante da Piazza San Marco e dos canais. Já Santa Lucia é a "ilha", parte onde se concentram a maioria das atrações da cidade, porém com hospedagem mais escassa e obviamente mais cara. Ainda tem as ilhotas ao redor de Santa Lucia, como a Giudecca, ainda mais em conta, mas dá um certo trabalho ir até lá.

Nós íamos passar apenas 2 dias na cidade, e por razões de logística resolvemos encarar Santa Lucia, não sem antes pesquisar todas as possibilidades de hostels com quarto compartilhado e etc. Encontramos um, muitíssimo bem localizado, bem no meio da ilha, chamado Banthai. Como você pode imaginar pelo nome, não pertencia a nenhum italiano cuja família é de Veneza, mas sim a um simpático tailandês que fazia todas as vezes de dono, zelador, cozinheiro, recepcionista, e etc.
Ao sair da estação, logo na nossa chegada a ilha, sentimos o vento gelado do mar, no inverno que tinha começado no dia anterior enquanto a gente caminhava nas ruelas de Padova.

A sereníssima, como é conhecida a cidade, estava na verdade muito agitada, coberta de turistas por todos os lados, apesar do clima. Dez minutos de caminhada e fomos parar no Banthai, uma portinha ladeada de cafés e restaurantes.  Deixamos as mochilas e fomos dar um passeio pela rua do hostel, a Cannaregio.

As ruas principais oferecem inúmeras opções de restaurantes, bares, cafés, até lojas de mascaras, mas basta virar a esquina e se deparar com um tranquilo canal, ou alguns barqueiros organizando as gondolas na margem. 


Claro que bateu aquela vontade de fazer um passeio de cinema na gôndola, mas se você perguntar o preço vai ver que caminhar faz bem a saúde. Na época, custava em torno de 80 Euros! 




A não ser que você esteja em lua de mel, ou com grana sobrando, não é o passeio ideal. Existe a possibilidade de se cruzar o canal por alguns poucos Euros, mas convenhamos, é como atravessar a rua numa Ferrari…

Continuamos nosso passeio até chegar a um dos pontos principais de Veneza, a Ponte Rialto. Além de cartão postal da cidade, é um local histórico de comércio de rua, assim como abriga uma feira nos arredores. 



Por comércio de rua, entenda comércio de rua meeesmo, o famoso camelódromo! É um ótimo local pras lembrancinhas, especialmente peças de murano, com preços variados. 

É possível ir até a ilha de Murano, bem perto de Santa Lucia, e comprar direto dos artesãos, mas infelizmente não tínhamos tempo, e fizemos nossas comprinhas ali mesmo. 

Continuamos o passeio pelas ruas, cada vez mais cheias, apesar (ou por causa) do anoitecer,  até nos perder, uma coisa muito fácil de se fazer em Veneza! 

Por sorte tínhamos muitas vitrines de maravilhosas confeitarias e boutiques (que só eu achei maravilhosas - rsrsr) pra apreciar.


Piazza San Marco e seus tesouros escondidos

O jeito mais fácil de se chegar a piazza é de Vaporeto, o transporte mais barato e rápido, um barco que percorre os canais, com paradas e tudo, como um ônibus. Você compra o bilhete no próprio pier.


Chegando a piazza, tivemos uma visão bem diferente do que conhecemos por "praça" no Brasil. Nas bandas de cá, praça é aquele lugar aberto, com árvores e bancos. Já na Europa, há esse outro estilo, que é mais ou menos assim:

O grande problema da piazza, aí sim bem parecido com o grande problema daqui, são as benditas pombas. Depois de desviar delas, e se não estiver em tempo de acqua alta, é só curtir e passear.

O primeiro tesouro escondido envolve muitas histórias sobre São Marcos, o evangelista. Seu corpo está guardado numa tumba no interior da igreja, e de fato é um tesouro. A lápide é revestida de ouro e pedras preciosas. Poucas pessoas vão até lá, a maioria dos turistas apenas dá uma volta pela igreja, que por sinal é lindíssima. É preciso pagar uma taxa para visitar o local da tumba.


Outro tesouro precioso é o Palácio dos Dodges, bem na esquina da igreja. Há muitas filas para visitar qualquer coisa em Veneza, mesmo no inverno, mas a do Palácio curiosamente não era assim tão grande.

Tenho certeza que Veneza não teria a mesma graça se a gente não tivesse visitado o palácio! Só assim para se ter ideia do que Veneza, a cidade estado que um dia dominou o comércio mundial, representou em seus tempos de glória.

O prédio é todo revestido de mármore, há diversas salas memoráveis com obras de artistas venezianos, entre elas o maior quadro da Europa, que figura num enorme salão do palácio, pintado por Tintoretto.


Sem falar nas salas da corte e na cadeia, que ficava num corredor sobre a ponte dos suspiros. Ao contrário do que muita gente diz, a ponte recebeu esse nome porque era por ela que os presos davam seu último suspiro antes do julgamento ou condenação.

Veneza também tem outros tesouros, só que no âmbito gastronômico. Claro que com um orçamento curto é impensável frequentar a alta gastronomia veneziana, mas a baixa gastronomia também rende bons pratos. 

A começar, é difícil achar restaurantes de baixa gastronomia do entorno da piazza, então quando bater a fome, fuja de lá. A região de Santa Lucia com preços mais em conta é próximo a estação de trem, como a trattoria Dona Onesta. No site tem preços.

Estando na cidade, não deixe de provar a iguaria mais famosa de Veneza, a torta Tiramissú, um clássico italiano! Também tem a bebida típica, o Spritz, docinho e refrescante.


Nossa próxima parada era um lugar desconhecido e muito, muito menos turístico que Veneza. Estávamos a caminho de Liubliana, Eslovênia.


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