quarta-feira, 27 de março de 2013

Hala Madrid!


Apesar do título desse post ser um grito da torcida do Real Madri, adotamos como reverência a
capital espanhola, uma cidade vibrante e festiva, apesar de todos os problemas econômicos que
o país vem enfrentando.





Nos deparamos com o inverno  e ao mesmo tempo nos aquecemos com os bons vinhos e lugares
aconchegantes da cidade, desde o Palácio Real até um bar de Jamón, do Museu do Prado a uma parada
para um chocolate quente com churros.


Nos hospedamos no Mercure Plaza Espanha, e como era baixa temporada, conseguimos preços bem
semelhantes aos praticados em hotéis "baratos" no Brasil, da Rede Ibis.
Pegamos o metrô do Aeroporto de Barajas até a estação Nuevos Ministerios e de lá até a Estação Plaza
Espanha, um percurso de mais ou menos 40 minutos.
A região da Plaza é ótima, já que além de ter excelentes bares, restaurantes, lojas,
supermercado, baladas, etc, ainda fica a 15 minutos caminhando até o Palácio e outros
atrativos.
Para opções mais em conta, sem perder nem um pouco no quesito localização, é possível se
hospedar em hostels na Calle Mayor.

Começamos nosso fim de semana madrilenho num bar de Jamón chamado La Cueva de 1900,
convenientemente instalado a uma quadra do hotel, e que serve deliciosas porções do legítimo
Jamón, acompanhado de caña, um chopp bem cremoso servido num copo de uísque. Um "combo" de
tapas, jamón e 2 cañas sai por 10 Euros.


Curiosamente, os bares da cidade recebem pessoas dos mais diferentes estilos, desde a galera reunida antes da balada até a senhora que vai jantar com a mãe idosa (vide foto acima), uma miscelânea bem interessante e incomum no Brasil.

Um dia cultural

No sábado pela manhã já tínhamos muitas ideias do que visitar na cidade. Começamos com um café
no Cáscaras, uma cafeteria bem agradável e bem pertinho do hotel, e que é destino certo dos
moradores da redondeza para o desayuno. Com menos de 3 Euros é possível começar o dia com um cafezinho lá.


Pelo mapa vimos que seria uma boa começar visitando o Palácio Real, pois além de estar
próximo, ainda pouparíamos tempo chegando lá antes de se formarem filas quilométricas de
turistas.

Logo na chegada há um enorme Jardim chamado de Sabattini, e ainda um outro com enormes
estátuas de reis espanhóis. Esse jardim separa o Palácio do Teatro Nacional, onde se pode
fazer visitas também. Ainda há alguns restaurantes nesse entorno, mas nem arriscamos conferir
os preços para um possível almoço.



O Palácio não é tão suntuoso por fora, mas por dentro é muito luxuoso. É um dos maiores da
Europa, mas apenas alguns cômodos são abertos a visitação. Apesar de imenso, a família real
espanhola vive em uma outra residência, afastada dali. A entrada custa 10 Euros, que dá
direito a conhecer os principais pontos do palácio e usar os lockers para guardar objetos
pessoais.



Como a Espanha tem suas raízes no catolicismo, é comum encontrar lugares não apenas com
enfeites tradicionais de natal, como árvores e iluminação, mas também diversos presépios
estilosos, como o que encontramos logo na primeira sala do Palácio.
Infelizmente não é possível tirar fotos, mas copiei essa do Wikipedia, um dos mais importantes
lugares no reduto da realeza, a Sala do Trono:


Além dessa sala, as que mais chamam a atenção são a sala dos banquetes e a capela, mas o tour
inclui diversas outras.

O rei Carlos I foi um dos principais monarcas a investir na decoração rococó luxuosa do
palácio, que tem diversas peças de artes e objetos valiosos, vindos de diversas partes do
mundo. Porcelanas chinesas, ouro das colônias espanholas, etc.

Fora do prédio principal ainda há a farmácia real e a sala da Armería, onde estão as
armaduras, espadas e todo tipo de material de guerra de diversas gerações da realeza
espanhola.



Passamos a manhã toda andando pelo palácio, e depois tentamos visitar a Catedral logo em
frente, mas como era horário de missa, as visitas não eram permitidas.
Saindo de lá, são apenas mais 15 minutos caminhando até a Plaza Mayor, uma das principais
praças de Madri. Pelo caminho há diversos restaurantes e bares com opções de almoço ou café.

Ainda nos deparamos com uma pracinha charmosa no trajeto, que além de restaurantes  tem
também uma espécie de Mercado Municipal chamado Mercado San Miguel, bastante concorrido, onde
as pessoas se espremem para almoçar, bebericar ou comprar frutas, peixes e quitutes.




Na verdade, o horário do almoço é bem movimentado nessa região, onde a maioria dos
restaurantes tem filas de espera. Um agravante era a proximidade do Natal, e muitas famílias
saem para comprar presentes e se reunir. Algo bem parecido com nosso jeito brasileiro de ser.

Chegando a Plaza Mayor, nos deparamos com uma feira de natal e restaurantes lotados. Ouvimos
falar de um em especial pelo custo-benefício, o Museo del Jamón, mas não ficamos surpresos com
a fila de espera. Como ainda tinha o dia seguinte, resolvemos procurar um lugar menos cheio, e
fomos parar do lado oposto da plaza, num restaurante discreto com cara de caro, mas que
oferecia ración de Paella, uma porção menor que um prato normal, mas que era o suficiente pra
mim. Já o Rodrigo pediu um prato de almôndegas a um precinho camarada, e pra acompanhar,
pedimos duas taças de vinho. No fim das contas, o caro saiu barato, e a comida estava muito boa!



Uma boa dica para quem tem tempo de sobra é pesquisar sobre a entrada de museus antes de se programar para uma visita. Os principais museus da cidade, e até mesmo o Palácio Real, oferecem entrada gratuita em alguns dias da semana. No caso do Palácio, o sábado a tarde é livre de ingresso, assim como no Museu do Prado depois das 18h. Já no domingo, conseguimos entrada gratuita no museu Reina Sofia.

Como não tínhamos muito tempo, tivemos que pagar as entradas, do sábado, mas fica a dica.

Depois do almoço na Plaza Mayor, fomos caminhando até o Museo Del Prado, uma bela caminhada, diga-se de passagem. É possível pegar o metrô para ir até lá, mas a caminhada vale a pena para se conhecer a cidade.  A entrada custa 14 Euros, e fica até barato, se formos pensar no valor de tudo que tem lá dentro.

A Puerta del Sol, um dos principais pontos turísticos de Madri e ponto de encontro dos locais, fica nesse trajeto.
No museu há pinturas e esculturas dos mais diversos artistas do mundo, mas é claro que há diversas salas de obras espanholas, entre elas As Meninas, do Velázquez. Imperdível pra quem gosta de arte e tem disposição de sobra.



A noite fomos a uma apresentação de dança Flamenca no Las Tablas, que segundo a galera comentou no Trip advisor, é um dos melhores de Madri, mas não demos sorte no dia, estava meio vazio. Apesar disso, a dança foi linda, tanto quanto a música. É a origem do tango, que já tínhamos tido a oportunidade de ver em Buenos Aires. Ainda ganhamos uma sangria de cortesia.


Mais tarde fomos a um bar de tapas, um dos muitos que ficam na região do hotel, e de novo encontramos aquele mix de gente: pais com bebês, casais jovens, casais mais velhos, grupos de amigos... parece que boemia é algo bem popular por lá, desde cedo!


Hala Madri!

Mais um lindo dia de sol, aquele clima gostoso de domingo no inverno, e lá fomos nós! Primeira parada do dia seria o Museo Reina Sofia, parada obrigatória para quem gosta de Surrealismo e principalmente de Picasso. É lá que está uma das obras mais famosas do pintor, o quadro Guernica.

No caminho, um choque de realidade. Passeata em massa de profissionais da saúde contra medidas de redução de investimentos por parte do governo. A crise por lá tá triste.


Pelo menos, foi tudo muito civilizado e pacífico, sem violência dos manifestantes nem da polícia. Ao menos não que a gente tenha visto!

De volta a nossa vidinha de mochileiros felizes, fomos passear de graça no Reina Sofia, que fica num prédio lindíssimo, e que tem entre outras, Guernica, uma obra pra se admirar. É bom ser rápido, e sempre chegar antes dos japoneses... rsrs


Depois aquele almoço no Museo del Jamón, regado, claro, a muito jamón e vinho espanhol! Vale lembrar que o Museo del Ramón não é um museu, e sim um restaurante muito popular entre mochileiros pelos precinhos camaradas.


Fizemos esse trajeto a pé, apesar de ser bem longe, mas pelo fato de gostarmos mesmo de ir conhecendo os cantinhos da cidade. Tratando-se de Madri, realmente vale a pena.

Pausa para um descanso no hotel que mais tarde tem jogo! Afinal, é domingo em Madri!
Compramos os ingressos antecipadamente pelo site da Ticket, e depois é só ir no caixa eletrônico e imprimir, conforme instruções do site. Tudo muito simples.

Pegamos o metrô 1h antes, e chegamos ao Santiago Bernabeu com tempo pra tirar muitas fotos!





O estádio é tudo que seu time no Brasil sempre sonhou, mas que talvez nunca vai ter... rsrs
Já a torcida, não faz jus ao clube muito menos ao estádio. Apesar de ouvirmos o Hala Madri quando tem jogo na TV, ao vivo é bem menos animado, e só a galera que fica atrás do gol, vulgo organizada, é que realmente torce. Uma pena, né?

A propósito, o Real jogou contra o Espanhol, e o placar final foi 2x2, num jogo bem meia boca. O Kaká não entrou, mas os demais estrelas do time (Cristiano Ronaldo, di Maria, Özil, Casillas, etc) estavam todos lá. Mas o estádio, que beleza... contei que tem aquecimento? Incrível...

Mas Madri, a cidade, é lindíssima e nos acolheu muito bem. Gostamos muito, e se tivermos outra oportunidade, voltaremos. Hala, Madri!




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