sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Rabat, a capital (mais) francesa do Marrocos


Pegamos o trem na Estação Casa Voyageurs em Casablanca rumo a Rabat, a capital do país. Na
verdade, o destino final era Sale, uma cidade vizinha com riads até mais em conta. Compramos
os bilhetes de segunda classe pouco antes da viagem, por 38 Mad cada. Como nós mesmos já
tínhamos lido em alguns guias, Rabat não é uma cidade popular nos roteiros pelo Marrocos, o
que é uma pena, a cidade vale uma visita, além de ser patrimônio da humanidade.


 Depois da decepção em Casa, chegamos a Estação de Sale sem muitas expectativas. Combinamos com
a dona do Riad que ela mandaria um taxista pra nos pegar, já que é complicado se localizar na
medina de Sale. De fato, vimos algumas pessoas reclamando nas Reviews que era difícil achar o
riad, então não arriscamos.

 Quando o taxista chegou a Medina, estacionou onde pôde e nos acompanhou até a porta do Riad, umas 5 quadras adiante, nas ruelinhas estreitas que não se passa de carro. Para nossa
surpresa, uma simpática inglesa usando hijab (o véu das mulçumanas) nos recepcionou. O riad se
chama The Repouse, e foi muito bem recomendado no TripAdvisor, com toda razão.

 Logo na chegada, a Jan, a dona inglesa muçulmana, nos serviu não a famosa "welcome drink", ou bebida de boas vindas, mas sim uma gama da melhor patisserie marroquina com docinhos deliciosos, tâmaras, tangerinas, acompanhadas do tradicional chá marroquino! Hummm!!


A decoração do riad também agradou muito, pelo estilo tradicional e aconchegante, perfeito para lua de mel!! hehe
Reservamos o quarto africano, que fica logo em frente a sala, mas como no dia o riad estava
vazio, ela nos deu um upgrade para um quarto no andar superior.

A Jan ainda nos ajudou com um mapa e uma explicação detalhada de o que podíamos visitar em Sale e em Rabat, e como voltar para o Riad depois do passeio. Depois que entendemos que era só andar próximo a muralha para
não se perder na medina, foi fácil.

Naquela tarde fomos até a Medersa e contratamos um guia recomendado pela Jan. Sale é uma
cidade bem pequena, não vale a pena ter um guia, a não ser que você queira mesmo ir mais a
fundo na história do lugar.

A medersa é um antigo lugar onde as crianças iam estudar o corão, praticamente todas as cidades tem uma. Nessa de Sale, vale a pena ir até o terraço para se ter uma vista da medina e de Rabat e tirar boas fotos, principalmente no por do sol.


Passamos pela mesquita, a segunda maior do Marrocos, que não pudemos visitar já que não era
aberta para não-muçulmanos, e depois fomos beirando a muralha da medina até chegar ao
cemitério da cidade. Por incrível que pareça, o cemitério tem uma vista privilegiada para o
mar! Dali também podemos ver o Kasbah de Rabat e a praia, uma vista bem bonita.






Demos uma gorjeta para o guia e fomos procurar um lugar para jantar. Chegamos até a marina, provavelmente o lugar mais moderno de Sale, com dois ou 3 restaurantes bacanas, mas com preços não muito convidativos.

E de fato os moradores locais não iam até lá para jantar, e sim para tomar café com os amigos, provavelmente o que se faz na happy hour marroquina.


Como a gente não tinha almoçado, resolvemos comer ali mesmo. Foi então que descobrimos que falar inglês não servia pra nada. O cardápio tinha duas opções: árabe, que não era bem uma opção pra gente, e francês.

Essa foi a segunda vez que nos deparamos com o francês em viagens, como o que ocorreu em Veneza com uma colega de quarto. Mas no caso do Marrocos, não era uma colega de quarto, e sim toda uma cidade.

Pra nossa sorte, mais uma vez o Rodrigo se virou com francês, apesar de não praticar com frequencia. Além do francês, o cardápio tinha umas comidinhas interessantes, mas os nomes não eram muito familiares.

O prato mais apetitoso era um tal de Tajine, que pra gente era um molho árabe e não fazia muito sentido, mas já que estava ali, resolvemos provar.

No fim, fizemos muito bem, os tajines estavam deliciosos!! E mais tarde descobrimos que tajine é a panela de barro onde se cozinha os mais diversos pratos da cozinha do país, incluindo o famoso couscous marroquino. 


Na volta, demos uma passada nas ruas de comércio de Sale pra sacar dinheiro, nos caixas de rua. Como era de se imaginar, a cidade é muito pacata, e como nos garantiu a Jan, não há problema em circular pela cidade em qualquer horário do dia ou da noite.

No dia seguinte, um sol lindo esperava a gente no terraço, muito bem acompanhado de um friozinho gostoso. Nos aconchegamos no sofá e logo a Habiba veio trazer nosso café. Demoramos pela preguiça da manhã, apreciando aquele lugar tão caseiro, cheio de vasos com temperos,
romanzeiras, roseiras e um quê de lembranças de infância.

  
Depois, fomos passear sem pressa, só com máquina fotográfica em punho e o mapa da Jan.
Passamos pela praia, que infelizmente não é tão bem cuidada, mas tinha uma vista ótima para o
Kasbah, e fomos pegar o barquinho para cruzar o rio que dava em Rabat. É bem tranquilo e
rápido, em poucos minutos estávamos na capital do país! :)


Depois da travessia, é só subir a rua e logo estamos no Kasbah des Oudaia. Kasbah nada mais é
que uma muralha, construída antigamente para proteger as cidades de invasores. Há um jardim e
uma simpática vila dentro do Kasbah, e seguindo pelas ruelas se chega a um mirante com uma
vista bem interessante do Atlântico e da praia de Rabat, mais limpa e movimentada que a de
Sale.
  




Saindo do Kasbah, é só cruzar a rua para chegar a medina de Rabat.


Foi nossa primeira experiência com o comércio de medinas no Marrocos, e foi bom ter começado em Rabat, uma cidade bem menor que Fes e Marrakesh, e com uma medina pequena mas muito agrável. Ela é bem setorizada e fácil de se transitar; há uma parte que vende tapetes, outra vende artesanato, outra comida e temperos, outra vende coisas falsificadas (rsrs), etc.



   
  

Seguimos na rua principal até o final da medina, e nos deparamos com a cidade, bem diferente da medina de Sale.
Para nossa surpresa, Rabat é uma cidade moderna, conta com um bom sistema de transporte,
incluindo trams novinhos, e bons restaurantes e patisseries na Boulevard Mohammed V, que é
onde tudo acontece.


  


É fácil encontrar lugares com preços acessíveis para comer, como o Grill 23, que tem diversos Kebabs, e foi onde nós almoçamos.


Depois caminhando pela continuação da Mohammed V fomos parar na Mesquita principal de Rabat, que também não era aberta para visitantes, mas logo em frente ficava os muros do Palácio Real.


Era SÓ virar a esquina e andar até cansar (rsrs) para encontrar a entrada do palácio. Não se
parece em nada com os palácios europeus, mas tem um estilo bem marroquino. Na verdade, é um
lugar bonito e muito grande, cercado de árvores, e tem até sua própria mesquita, uma pequena
vila, com algumas casas e secretarias públicas.


O prédio principal, claro, tem uma enorme bandeira do Marrocos, mas não fica aberto a visitação. Nós e uma excursão de vietnamitas ficamos do lado de fora tirando fotos.


Diferente dos vietnamitas que entraram no ônibus e foram embora, nós saímos do palácio e caminhamos até a saída da cidade, simplesmente porque não sabíamos pra que lado aquilo ia dar, e ficamos até perto do Chellah, que são as ruínas romanas de Rabat.



Dizem que é bem interessante, mas já estávamos cansados demais para mais um passeio. Voltamos até a Mohammed V e pegamos o tram até Saleh.

Voltando ao Riad, sempre beirando a muralha, nos deparamos com esse presente de lua de mel!!


Nessa noite resolvemos jantar no Riad, com muitas comidinhas gostosas, incluindo é, claro, um tagine (de carneiro). Não era barato, mas afinal, era nossa lua de mel e a gente resolveu nos dar alguns luxos!





                                                                            Fes, a velha senhora >







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